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A pintura sempre encantou Foucault. Mas ele escreveu pouco sobre ela. Há três apresentações de pintores, nos anos 1970, das quais se destaca o texto sobre Fromanger, que analisa sua utilização da fotografia na criação de imagens. Além dessas apresentações, há apenas três textos: o artigo sobre As meninas, de Velázquez, de 1965, inserido com modificações em As palavras e as coisas, no ano seguinte, que analisa o quadro do pintor espanhol como representação da representação clássica; o esboço de um livro sobre Manet, que, não se sabe por que, ele teria destruído, e do qual restou a gravação de uma conferência feita na Tunísia, em 1971, hoje publicada; e “Isto não é um cachimbo”, o mais importante deles pela complexidade e relevância do tema, que se insere perfeitamente nas questões que o ocupavam na época. Assim, para compreender este texto difícil é útil levar em consideração que ele foi publicado pela primeira vez em 1968 – como homenagem a René Magritte, falecido no ano anterior –, dois anos depois de o filósofo escrever As palavras e as coisas, e tem origem numa das cartas que o pintor lhe endereçou depois da leitura desse livro, ou do capítulo sobre As meninas, em que reflete sobre as noções de semelhança e similitude. Pode-se, portanto, tomar este escrito de Foucault como uma reflexão sobre a ideia de Magritte de que “as coisas não possuem entre si semelhança, elas têm similitudes. Só ao pensamento é dado ser semelhante”. O que faz, então, Foucault, inspirado nessa ideia? Analisa os dois desenhos “Isto não é um cachimbo”, vários outros quadros de Magritte, além da relação de seu procedimento pictórico com os de Klee e Kandinski, para mostrar como, no século XX, um tipo de pintura do qual ele se sente próximo em suas pesquisas teóricas sobre as ciências do homem e a literatura rompeu com os princípios da pintura ocidental em vigor desde o século XV. Mais especificamente, privilegiando a relação entre o desenho e o enunciado, a figura e o signo, o objetivo principal de Foucault, nessa época em que refletia sobre o seu próprio procedimento metodológico preparando sua Arqueologia do saber, de 1969, é explicitar como Magritte rompeu com o postulado da representação, inaugurando uma pintura que põe em questão o espaço comum, o “lugar comum” entre a imagem e a linguagem. Roberto Machado
Formato: Papel
Autor: Foucault, Michel
Capa do livro: Mole
Edição do livro: 7
Gênero do livro: LIVROS/História,Filosofia e Sociologia
Editora do livro: Paz & Terra
Subgêneros do livro: Filosofia
Título do livro: Isto não é um cachimbo
Volume do livro: 21.00 x 14.00 x 0.70 cm
Marca: Foucault, Michel
ISBN: 9788577533022
Altura: 210 mm
Condição do item: Novo
Idioma: Português
Idade máxima recomendada:
Idade mínima recomendada:
Tipo de narração: Narrativa
Altura da embalagem: 21 cm
Comprimento da embalagem: 1 cm
Peso da embalagem: 0.216 kg
Largura da embalagem: 14 cm
Quantidade de páginas: 84
Ano de publicação: 2014
SKU: 4492951
Tradutores: Jorge coli
Peso: 130 g
Largura: 140 mm
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