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Ballet Proibido, O

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Rio Grande do Sul - RS
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Descrição

Brochura. Capa e lombada com desgastes superficiais na cor pela ação do tempo; capa com dois pequenos rasgos. Páginas ligeiramente amareladas pela ação do tempo; miolo sem marcações de leitura. 5ª edição; 1976. 259 pág. RESENHA: Quando eu era criança, lá nos anos 60, meu pai falava em Getúlio Vargas, Estado Novo, e para nós parecia que eram coisas passadas no período Paleolítico, há milhares de anos. Ele falava como se as coisas tivessem acontecido… ontem. No entanto, menos de uma década nos separava do suicídio de Vargas e da ditadura do Estado Novo. Eu imagino que você, que é jovem há menos tempo do que nós, tenha esta mesma sensação quando falo aqui neste blog sobre a ditadura militar. Perdoe-me, mas é impossível falar sobre o começo da L± sem falar da pré-história, como por exemplo, na ditadura implantada em março de 1964. Pois ela marcou nossa vida e nos perseguiu por mais de 10 anos, de 1974 quando foi fundada a editora até 1985 com o fim do governo do General Figueiredo. As ditaduras alternam burrice e crueldade ou praticam as duas coisas ao mesmo tempo. Nós desafiamos a ditadura várias vezes. Claro que tínhamos medo, mas éramos muito jovens e não medíamos muito bem as consequências. E houve várias. Em 1976, publicamos um livro que revelava de forma quase didática a face burra e totalitária da ditadura, “O Ballet Proibido”, do então senador pelo Rio Grande do Sul Paulo Brossard de Souza Pinto. Neste livro foi reproduzido o discurso do senador Brossard no plenário do Congresso, onde ele protestava contra a proibição da transmissão de uma apresentação do Ballet Bolshoi pela TV Globo. O Bolshoi, a mais famosa companhia de ballet do mundo, completava 200 anos e encenaria “Romeu e Julieta”. Uma superprodução liderada pela BBC de Londres, CBS americana e a Teleglob alemã enviaria para 112 países o grande espetáculo protagonizado por 300 bailarinos. Pois a TV Globo anunciou durante semanas o grande evento e, um dia antes, recebeu um comunicado da Censura Federal assinado por um coronel (assinatura ilegível) proibindo terminantemente a transmissão do acontecimento, considerado “subversivo”. Para que você entenda a lógica dos milicos: o Bolshoi era um ballet russo e a Rússia fazia parte da então União Soviética, cujo regime era comunista; portanto era uma apresentação comunista. O governo proibiu a TV Globo de transmitir e, pior, proibiu a TV Globo de divulgar que tinha sido proibida a transmissão. Quando milhares de pessoas se sentavam em frente à TV para assistir o melhor ballet do planeta, simplesmente, sem explicação nenhuma, entrou uma comédia holywoodiana de segunda ou terceira categoria. Brossard ocupou a tribuna do Senado dias depois e incendiou o plenário com um discurso inflamado denunciando o fato patético da censura. Pela primeira vez, o Brasil ficava sabendo que a ditadura havia proibido o ballet e proibido a TV de dizer que o ballet estava proibido. Numa passagem de seu discurso ele diz ironicamente: (…)“O Ballet Bolshoi, sabem os menos incultos é uma respeitável e secular instrumentação internacional de dança. É tão marxista quanto o seria Leon Tolstoi, e o germe da subversão comunista está presente nos compassos de sua dança como poderia estar vivo nas barbas do Czar Nicolau II. Sem medo de exagero, pode-se garantir que ele é tão soviético, quanto Shakespeare é inglês. Quer dizer: trata-se de um patrimônio cultural da humanidade que não pode ser aprisionado pelo realismo socialista lucakseano nem vai deixar de falar a linguagem universal da dança por vontade de uma política, seja a nossa tropical, seja a temperada nas estepes da União Soviética”(…) A L± publicou este discurso, juntamente com outros igualmente irreverentes e críticos do senador Brossard, menos de um mês depois de proferido. E quando foi aventada a hipótese de aprender o livro, nos agarramos a um eufemismo legal. O discurso estava já oficializado nos anais do Senado da República, portanto seria um grande escândalo proibir a manifestação de um senador que já havia se tornado pública por constar dos anais… Hoje é quase um delírio imaginarmos que um livro de discursos seria a única forma de contestar os atos de um governo. “O Ballet Proibido” tornou-se um clássico, pois representa magnificamente este período em que nós, editores, publicávamos livros como único meio de criticar o poder. E este desafio à truculência do governo transformou “O Ballet Proibido” em um Best-seller a ponto de encabeçar por várias semanas a lista dos mais vendidos da revista Veja. (Por Ivan Pinheiro Machado)

Garantia:
Garantia do vendedor: 7 dias

Características

Formato: Papel

Autor: BROSSARD, Paulo

Gênero do livro: Discursos Políticos,Ditadura Militar,História Brasileira,Política,Política Brasileira,Senado Federal

Editora do livro:

Título do livro: O Ballet Proibido

ISBN:

Condição do item: Usado

Idioma: Português

Idade máxima recomendada:

Idade mínima recomendada:

Tipo de narração: Conto

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